INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

Um dos objectivos da Terapia Ocupacional passa por melhorar a motricidade fina nas actividades da vida diária como escrever, escovar os dentes, comer sozinho e as capacidades sensorio-motoras que incluem o equilíbrio (sistema vestibular), percepção da posição do corpo no espaço (sistema proprioceptivo) e toque (sistema táctil). A TO ajuda as crianças com Perturbações do Espectro Autista a adaptar-se e a funcionar no seu meio físico e social.

Os terapeutas ocupacionais recorrem a tarefas direccionadas para os interesses da criança de acordo com a planificação efectuada na avaliação em conjunto com os pais e num processo com metas e objectivos muito claros, sendo uma metodologia precisa e uma avaliação constante. O êxito da terapia dependerá da criatividade na procura das actividades mais adequadas, podendo associar-se tarefas laborais ou actividades desportivas, visando o desenvolvimento da auto-estima, sociabilidade, destreza e outras capacidades físicas (APPAA, 2005; Rivy, 1987 cit in Santos & Sousa).

A música, a arte plástica, o canto, a dança, entre outras artes, proporcionam inúmeras oportunidades de desenvolvimento e de auto-conhecimento que podem ser cruciais para a terapia. Estas actividades podem ser realizadas individualmente ou em grupo permitindo a criação de oportunidades de comunicação, desenvolvendo a interacção social e proporcionando aquisições importantes para a criança. Também outras actividades como são exemplo, a culinária, a jardinagem ou a costura, proporcionam não só uma excelente oportunidade de aplicação da criatividade como constituem uma possível saída profissional futura para estas, agora, crianças. E este é também um dos objectivos da TO, a conquista da autonomia económica através de um emprego, que vem acompanhada por um acréscimo da auto-confiança das pessoas com Perturbação do Espectro Autista.

Assim, podemos afirmar que “Os principais objectivos na intervenção com crianças com autismo consistem em melhorar as suas capacidades, tornando-as mais competentes e funcionais, e em adaptar o meio ambiente, tornando-o mais estruturado de modo a facilitar a orientação, assimilação e acomodação da informação, possibilitando uma cada vez maior inclusão social” (Marques, 2002 cit in Santos & Sousa)

Uma intervenção precoce é fundamental ajudar a diminuir os comportamentos indesejados. Quanto mais cedo começar a intervenção, melhores serão os resultados. Hoje em dia, graças ao diagnóstico cada vez mais precoce (a partir dos 18 meses), esta intervenção é mais eficazmente possível.

Referências bibliográficas:

Santos, I. & Sousa, P. (2008). Como intervir na Perturbação Autista. Acedido em 27 de Dezembro de 2008, em http://www.alexandracaracol.com/ficheiros/A0262.pdf

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